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Privação de liberdade é sinônimo de privação da família?

A ausência de visitas familiares para adolescentes em privação de liberdade é um desafio que vai além das barreiras físicas. Segundo dados do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE), 59,3% desses adolescentes não recebem visitas regulares de suas famílias. Isso reflete uma série de dificuldades que tornam a manutenção dos vínculos familiares não apenas complicada, mas muitas vezes impossível para todos eles. 

Um dos principais motivos para essa desconexão é que 49,1% dos adolescentes atendidos não cumprem suas medidas socioeducativas nos municípios onde moram. A distância, os custos com deslocamento e as limitações financeiras são barreiras frequentes. Além disso, algumas famílias, ao não aceitarem que seus filhos cometeram um ato infracional, acabam se afastando, o que agrava ainda mais a sensação de abandono desses jovens, dificultando o processo de ressocialização.

Mas, curiosamente, os adolescentes privados de liberdade, apesar de serem os que mais sofrem com a ausência de visitas, também são os que apresentam o maior índice de receber cinco visitas ou mais, sendo 85,6% em comparação com os outros tipos de medidas socioeducativas como internação provisória, internação sanção e semiliberdade. Esse dado revela que, quando a reconexão é possível, ela pode ser forte e significativa, reforçando a importância desses momentos para o processo de transformação.

No Instituto Mundo Aflora acreditamos que a  ressocialização só será possível a partir da reconstrução desses vínculos familiares. Com o programa Aflora Visão, atuamos diretamente dentro das unidades de medidas socioeducativas, promovendo conexões e fortalecendo vínculos. Já o Aflora Mundão, que atua no pós-medida, oferece suporte para que esses jovens possam construir novas trajetórias de vida, retomando a importância dos vínculos fora do contexto institucional.

Reconectar-se com a família é muito mais do que apenas cumprir uma formalidade: é sobre restaurar laços, recuperar a esperança e oferecer novas oportunidades para esses jovens. Cada visita, cada reencontro é uma chance de recomeçar, de reconstruir histórias e de criar novos capítulos.

No Instituto Mundo Aflora não apenas acreditamos nesse poder transformador, mas trabalhamos para garantir que esses vínculos possam ser restaurados, fortalecendo a reintegração social e promovendo oportunidades para construção de um novo futuro com sonhos e realizações. 

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